A Praça del Rei é o centro. É agora para mim, como foi outrora para Colombo, quando por aqui andou. Da praça larga e escura causa arrepio, está frio e é Domingo. É o dia das “borlas” em Barcelona. Depois da manhã no Picasso, aproveitamos para conhecer o Museu d’Historia de la Ciutat, cuja entrada é gratuita, depois das 15h.
Mas voltamos à praça… As paredes do complexo que a circula têm um aspecto rugoso e frio. Subindo a escadaria larga que dá para a praça, encontramos uma sala. Não é uma qualquer, está escondida, recolhida por entre as paredes grossas – o Saló Tinell.

A sala é imponente, os arcos semicirculares ainda preservam a memória desse dia. Desse dia que marcou a história da humanidade. Recuamos a 1493, a sala estava engalanada e Barcelona em euforia. Cristóvão Colombo, liderando uma coluna de marinheiros e escravos, irrompe sala adentro. Fernado e Isabel, recebem-no com entusiasmo. Acabou de chegar o “descobridor” do Novo Mundo.
Mas a sala conserva também uma lenda, intrincada nas suas paredes. Conta-se de que estas se movem, quando as mentiras são contadas. Tentando tirar vantagem da lenda, a Santa Inquisição instalou-se nesta sala durante décadas, na esperança de que as pedras se movessem quando alguém fugisse à verdade. Bem, creio que as paredes ainda permanecem no lugar original.



Colombo terá abrilhantado as noites por estes lados, contando as suas aventuras nessa triunfante odisseia de 1492. A história tem destas coisas, destes acasos e coincidências. Aquela deveria ter sido uma viagem às índias, acabou por dar a conhecer a Europa uma terra quase vírgem e fascinante, as Américas.
Atravessamos a Capella de Santa Agata, com a sua impressionante nave e retábulos góticos, e saímos para o exterior, ainda extasiados… Cá fora, a Plaça del Rei começa a receber algum sol e as pedras negras e rugosas tornam-se acinzentadas, pintadas pela luz do fim de tarde.
Esta praça alberga um dos mais impressionantes conjuntos históricos e arquitectónicos de toda a cidade de Barcelona. E aqui, mesmo por baixo dos nossos pés, nasceu Barcelona, ou, como diziam os Romanos, Barcino.
Não poderiamos terminar este pequeno roteiro pela Barcelona de Colombo sem, antes, visitarmos aquela que é a maior estátua de Barcelona, o monumento que eterniza o navegador e que o coloca apontando o caminho.
Erguido na praça do Portal de la Pau (em português, “Portal da Paz”), o Mirador de Colón é um enorme monumento que comomora a chegada de Colombo a Barcelona, em 1943. Construído entre 1882 e 1888, foi inaugurado no decorrer das cerimónias da Exposição Universal de 1888. Para termos uma ideia do tamanho do Mirador de Colon, basta dizer que o dedo de Colombo mede 50cm, a estátua, em si, mede 7,7 m e pesa 42 ton. Do ponto mais alto até à base são cerca de 60m e muitas toneladas de ferro fundido.



No interior da coluna que suporta a estátua, existe um elevador que nos leva até ao topo do monumento onde se pode ter um panorâmica vistas sobre Barcelona.
Informação Prática
- Atualmente, o Mirador de Colón está aberto todos os dias, da 8:30 às 20:30 e custa 4€ (Metro: L3 – Drassanes).
- O acesso ao Saló Tinell faz-se através do Museu dHistòria de la Ciutat
Ambos locais imperdiveis em Bcn, o museu foi uma agradável surpresa pois não me havia informado sobre o mesmo e acabei por achar interessante, ainda mais que fiz a visita de noite com o encanto das luzes, as ruínas no subterrâneo foram um momento inesperado. Quanto à coluna de Colombo dizem que aponta para as Américas mas creio que a bússula de quem a colocou estava algo desorientada!! Chegaram a subir ao miradouro? Posso adiantar que a vista sobre as Ramblas e o mar é fantástica apesar das vertigens que me causou =)