Mal aterrámos em San José, e quase em simultâneo com as notícias que davam conta da prisão de Sócrates, o Facebook foi inundado por notícias sobre um ranking, o Happy Planet Index, que classificava Portugal o 97°mais feliz do mundo, ocupando a Costa Rica o topo, e levando o galardão do país mais feliz do mundo.



O sorriso e a simpatia daqueles com que nos vínhamos cruzando aqui, na Costa Rica, já denunciavam o estado de alma dos “ticos”: sorridentes e relaxados, rodeados de natureza por todos os lados e imersos num clima tropical que apenas exige um chinelo no pé, um calção curto e muito feijão com arroz na mesa. Assim é a vida na Costa Rica, pura. Pura como a água do Pacífico que banha uma das costas ou como a fruta fresca comprada na berma da estrada. Quente como sol que sai a cada intervalo de chuva e que transforma cada palmo de terra num verde imenso e as estradas cheias de lama. Os poucos dias que levamos no país mais feliz do mundo já foram suficientes para termos o jipe coberto de lama, recolhida nas estradas íngremes e estreitas, mas que só assustam os turistas. Os “ticos”, por sua vez, encaram-nas com normalidade, tanto que as atravessam num simples carro, moto ou até de bicicleta. Parece não haver nada que interrompa a vida aqui, nem que esmoreça os sorrisos. A nós só nos resta deixarmo-nos contagiar por este bom viver, mesmo que estejamos combalidos dos 20 km/h que nos massacram as costas em gincanas impensáveis em Portugal.
Bem, mas por agora vamos continuar por cá bebendo tragos de café local e comendo “gallos pintos”. É verdade, até as estradas começam a deixar de meter medo, com a aliciante possibilidade de a cada curva podemos ver uma preguiça a atravessar a estrada ou um macaco a passear-se nos galhos.
Pura Vida!
Nota: este artigo foi também publicado na Revista New In Town.