Partir quando me apetece ficar
Em países como este, onde 50% da população vive do arroz, não lugar para relógios, internet ou horários. Há apenas esse astro maior, fonte de vida e, hoje, muito calor!
A vida começa cedo! À falta do famoso galo das saudosas terras da beira, acordo com o barulho dos transeuntes, melhor, mais motos que pessoas. São 6 da manhã, ainda cambaleante, arrasto o corpo cansado até ao duche matinal. Maravilha!
Parto hoje! E como nos últimos dias, para Norte – Hue!
Quem me dera ser um desses camponeses que avisto ao longe
de chapéu cónico,
tez gasta pelo sol
e mãos calejadas de tanto arroz fazer viver.
Quem me dera não ter horas,
Lugar
Sentido ou
Rumo!
Quem me dera poder vaguear num corrupio sem nexo
Por essas praias de arrozais verdejantes,
De água
E reflexos…
Quem me dera não ter de partir quando me apetece ficar!
Quem me dera não ser mais um de mochila, perdido,
Mas sem as mãos calejadas,
Nem a pele gasta pelo sol.
Conheço gente.
Em tantos quilómetros conhece-se muita gente. Muitos estão pelas festas na areia, outros pelas praias, outros porque sim… todos querem chegar a algum lado. Eu, NÃO! A mim pouco me importa o meu destino, os lugares onde chegarei. Estou aqui pelo CAMINHO. O mais importante é o pó que levanto e as pegadas que deixo…