Há quem o ame e quem o despreze, mas há custa de suor e lágrimas desprendeu-se de preconceitos e marcou o seu lugar na História da Humanidade – o Ópio. Foi amado pelos poetas, pelos amantes da noite, pelos que mais não têm que a companhia de uma insónia. Qualificou a religião nas palavras cruas do filósofo, foi a inspiração dos poetas e a desculpa para Hong Kong.



É verdade! Sem o ópio não existia o magnífico cenário capaz de fascinar qualquer um que suba o “victoria peak” naquela hora do “lusco-fusco”. Sem o ópio não existia a China unida na sábia maneira de Deng Xiaoping ver a terra dos mandarins. Sem o ópio não existia um dos maiores pulmões financeiros da humanidade.



Em 1820, os ingleses haviam obtido a exclusividade das operações comerciais no porto de Cantão. Importador de seda, chá e porcelana, então em moda no continente europeu, a Inglaterra conhecia um grande déficit comercial em relação à China. Para compensar suas perdas, a Grã-Bretanha vendia ópio indiano para o Império do Meio (China). O governo de Beijing resolveu proibir a transacção da droga. Isso levou Londres a declarar guerra à China
Em consequência da 2º guerra do ópio a china viu-se obrigada a abrir 11 dos seus portos ao ocidente e a assinar o tratado de Tianjin. Começa a nascer Hong Kong como a conhecemos hoje.



Para qualificar o dia só recorrendo à imagem do “sfumato” a famosa técnica do renascimento italiano capaz de deixar transparecer na tela o que os olhos encalhados nas “mundanices” da vida se habituaram a ignorar.
As fotos teimavam em deixar os céus “estourados”, tal era a intensidade e estranheza dessa luz branca. As lentes da Canon ainda a sofrerem do Jet-Lag lá se foram adaptando aos ritmos de um compasso lento, pouco mais que parado. Desisti…



Se Macau tem um cheiro da desordem e do desleixo luso, Hong Kong consegue congregar o que de melhor têm os britânicos: o orgulho, o brio e a organização. Não é só o inglês que se fala nas ruas, é o requinte com que tudo é cuidado. O bucólico Macau de outrora viu-se transformado pelos arranhões laivos consumistas e capitalistas transformando-o numa desorganizada selva de betão sem “rei nem roque”, um autentico paraíso para os amantes do jogo e do sexo barato.



O tempo era pouco para sentir a cidade, falar com as gentes, criticar aqui e ali, repousar o corpo à volta de uma cerveja e deixar fluir as palavras como o vento.
De templo em templo, de metro em metro, a luz ia ficando retida por detrás das montanhas que tornam Hong Kong no local mágico para os amores e para os ódios. Até que por fim ficamos sós, com as luzes de uma cidade que parecia tocar o céu, até que… o céu veio até nós.



Uma tempestade de raios de luz, de lamparinas minúsculas que brilhavam em uníssono e que posavam ante os olhos.
Chegou a hora da cerveja mas também a hora de voltar a Macau.
Galeria de Fotografias
Objectiva certeira e olhar preciso !
[…] Os Meus Trilhos também por lá andaram, veja o que na altura escrevemos!!!! […]