Nunca estive tão perto da linha do equador e hoje vou transpô-la. Sinto uma excitação anormal por atravessar esta linha imaginária que separa dois mundos, o que produz e o que consome. O Norte e o Sul.
Costumava, em pequeno, palmilhar as serras empunhando apenas o mapa, sem bússola nem caminho. Olhos fixos no céu, procurando a Ursa Maior, cuja distância entre as estrelas da base, multiplicada por 7, me levava à estrela-que-a-todos-guia.
Pergunto-me se conseguirei vislumbrar o norte, aqui, já do outro lado, no sul. E a estrela que nunca se move? Dizem que no sul, a estela-que-a-todos-guia, deixa de guiar a todos, pois sua luz não passa o equador e, para baixo, o Cruzeiro-do-Sul é Rei.
Segundo lendas antigas, os navios eram brutalmente derretidos pelo sol quando se aproximavam do equador, o mar dava lugar ao abismo, engolindo barcos e marinheiros. Leithold, um dos grandes marinheiros da Prússia, descreve assim a sua passagem pela Linha: “reinava um silêncio surdo no navio, que mais parecia um claustro de trapistas; ninguém falava, mesmo os marinheiros olhavam fixo para diante, por não haver esperanças de passar a linha do Equador”.
Em sinal de agradecimento a Neptuno, pela protecção e acompanhamento, os marinheiros consagravam-lhe a viagem e faziam oblações envoltas em rituais. Nascia do baptismo da passagem da linha do Equador.



Aterro em Jakarta já de noite. A penumbra deixa apenas passar a imagem esbatida das silhuetas daqueles que se atravessavam no meu caminho. Não vejo o semblante que transportam, mas perscruto bem lá no intimo os seus mais fortes desejos…



Diz a história que em honra da vitória infligida pelo sultão da antiga indonésia aos portugueses, em 1527, esta cidade recebeu o nome de Jakarta, que no idioma local significa a “fortaleza gloriosa”.
Na busca de alternativa a Malaca e procurando fornecedores de pimenta, que posteriormente era vendida à China com ganhos de 10x, os portugueses foram os primeiros a chegar ao território, que agora é Jakarta, na ilha de Java, em 1513.
Os portugueses estabeleceram-se na cidade, aliaram-se aos locais e construíram um porto, que servia de entreposto para as trocas comerciais. Ainda hoje é possível identificar vestígios da presença portuguesa em Batávia (nome dado pelos Holandeses a Jacarta).



Todavia, a maior herança dos portugueses no arquipélago da Indonésia é sem dúvida a língua. Por exemplo: Sapato, diz-se Sepatu; Manteiga, mentega; camisa, kemija, etc. Existem actualmente cerca de 200 palavras no Bahasa Indonesia de origem portuguesa. O crioulo português de origem malaia, funcionou como língua franca em Batávia, desde o século XVII ao início do século XIX. Apesar de Batávia estar dominada pelos Holandeses, estes não permitiam que os locais (a classe baixa) falasse o Neerlandês, este era reservado apenas aos colonizadores.









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O porto é um mar de lixo a céu aberto! Uma espécie de encarregado do turismo local aborda-me, é adepto do Manchester. Tento explicar que não vou muito à bola com o futebol, mas quando o faço, torço pelo FCP. Caldo entornado, o FCP era o mais recente rival do Manchester, no problem. Tenta, em vão, convencer-me a passar para o outro lado do rio, o sol queimava-me a pele ou o que restava dela… não resisti, voltei atrás. Isto acontece, quando não se é suficientemente branco para viver nas terras do norte, nem escuro o qb para enfrentar os “sóis” tropicais.
O porto antigo de Sunda Kelapa é hoje um agitado centro do comércio em Jacarta, alberga a última frota de barcos a vela usados estritamente para o comércio. Estão atracados a terra como estiveram durante Séculos.









Só para não dizeres q não deixem nenhum comentário…
tu sabes que eu adoro o teu blog…
Quero mais fotos lindas….
Por favor assim sinto-me mais aí a passear ctg…