Quem calcorreia as terras beirãs, quem quer conhecer as suas gentes, os seus costumes e locais não pode deixar de passar por Marialva.
Marialva é uma Vila do concelho de Meda que se ergue sorrateiramente numa elevação no vale do Côa, a cerca de 20 Km de Trancoso e 60 Km da Guarda. Fazendo parte da rota das Aldeias Históricas, foi apenas no final do século XX que Marialva despertou o interesse público, tendo sido classificado como Monumento Nacional através do Decreto de 12 de Setembro de 1978.
A formalização de um protocolo entre o IPPC e a Câmara Municipal de Meda (1986), possibilitou a realização de obras de recuperação e beneficiação no conjunto monumental.



Um pouco de história
Não se pode afirmar com firmeza, mas as origens de Marialva parecem remontar à altura dos Ávaros, povo nómada da Eurásia que migrou para a Europa Centra no séc. VI d.C. Todavia, a relevância da Vila nasce essencialmente com D. Fernando Magno, que a reconquista aos Mouros em 1063, ganhando um peso estratégico na defesa do território luso que começava a ganhar forma, com o alvor da nacionalidade.
Conforme ressalta da leitura da informação online em www.marialva.pt:
«Merece a atenção do nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, repovoando-a e atribuindo-lhe carta de foral, em 1179; – “mandou pobradores para aí, com a concessão de muitos privilégios, – entre estes, o de os moradores da vila não terem senhor que não quisessem”.
O maior privilégio concedido a Marialva era o de só terem por único senhor o Rei. Na verdade, era só concedendo imensos privilégios que se conseguia atrair gente para estes territórios. Aliás, da leitura deste documento (o foral), ressaltam ideias sobre a necessidade de criar condições ao aumento da população:
“O que raptasse uma rapariga fora da vila e ali se acoitasse pagaria apenas 300 soldos…”
“Quem viesse viver ali com dívidas, seis meses depois elas tinham caducado”».
No dia 4 de Novembro de 1266, o rei D. Dinis criou a feira mensal em Marialva que se realizaria todos os dias 15 de cada mês e estava isenta de impostos (feira franca).
Marialva sofre também as repercussões da tentativa de regissídio contra D. José I, em 1758, é que a história de Marialva cruza-se também com as do próprio marques de Távora, um dos principais implicados no atentado contra o rei e alcaide de Marialva à época. Estes factos fizeram com que muitos abandonassem a vila para fora dos muros fortificados, criando-se o que é hoje a parte nova de Marialva, no sopé do monte.