De Copacabana a La Paz são perto de 150 km. Fazer este percurso não é como ir de uma cidade a outra, é uma aventura e um deleite de passeio. Primeiro, subimos num “coletivo” apinhado de peruanos e bolivianos. Depois o “coletivo” pára em tudo o que é cruzamento. Há que passar um braço do lago Titicaca (mas que só vendo as fotos é possível perceber como é). Temos de circular todo o lago e chegar a uma das cidades mais altas da América Latina. Temos de passar por estradas velhas, ladeadas por montanhas gigantes de cumes brancos. Depois temos de enfrentar o trânsito infernal de La Paz e, já por fim, apanhar um taxi que demora uma eternidade para chegar onde os pés, não fossem estar cansados, nos levariam em minutos.



Bem, mas regressemos à cidade de Nuestra Señora de La Paz, comummente conhecida por La Paz, e embora muitos não saibam, não é a capital da Bolívia. Pois é, a capital da Bolívia é Sucre, ainda que o governo esteja instalado em La Paz.
A geografia da cidade impressiona, pois apesar de estar situada a acima dos 3.000 metros, há montanhas ainda mais altas, oferecendo miradouros de corta a respiração.
Como grande parte das cidades sul americanas, La Paz ergue-se cada vez mais moderna e desinibida. Basta percorrer a cidade no recente inaugurado teleférico para vermos isso por nós mesmo e termos uma das melhores panorâmicas da cidade. Bem, mas atenção que uma viagem destas é desaconselhável aos que sofrem de vertigens.
Bolívia faz-nos sempre recordar o país onde o Macdonnalds não triunfou. Este gigante da Fast food foi derrotado no país, onde o povo prefere outros sabores, que afinal e para nossa decepção não são assim tão diferentes. Fomos na convição de experimentar os mais tradicionais sabores indígenas das américas, embalados pela crença da rejeição da comida de plástico. Contudo a nossa supresa não podia ser maior ao descobrir que a cada metro de rua se abria uma porta para o reino dos frangos e batatas fritas, das pizas e hamburgueres. Assim, a gastronomia, quando comparada com a Peruana ficou abaixo de tudo o que idealizámos.
Mas também achámos que, ao contrário de tudo que havíamos lido, La Paz não é o paraíso das bagatelas tendo-nos arrependido das belas compras que não realizámos em Cusco.
Vagueando pelas ruelas em redor da Plaza Mayor, damos de frente com o mercado das bruxas, lugar arrepiante devido aos mumificados animais que figuram nas bancadas das lojas. Sendo hoje uma verdadeira atração turística, reclama para si a superstição e crenças milenares, onde remédios e mezinhas se encontram com os feitiços e o lado oculto. Aqui todos os problemas têm solução e os males a respetiva cura, resta a força de quem acredita.



Passear na cidade e descobrir a pé os recantos da praça de San Francisco e o Casco Viejo é uma das prerrogativas de ser turista à descoberta. Se der aquela moleza, saiba que os táxis não são caros, podem é demorar horas no trânsito infernal. E, ao contrário do que nos fizeram crer, a cidade não parece ser tão insegura como a pintavam e caminhando vamos descobrindo mais um mercado, uma ruela, uma padaria onde provamos mais uma empada.
Ao final do dia o transito caótico e os “coletivos” invadem as ruas e encerram o dia de trabalho dos locais. Entretanto, nós stressamos no meio da confusão quotidina!
Sabíamos que Lá Paz ia ser uma cidade de passagem, entre Titicaca e Uyuni. Ao final do segundo dia, tomámos o bus coletivo até Uyuni. Embora haja outras empresas bem mais conhecidas a operar no mercado (“patrocinado pela Lonely Planet”), escolhemos a empresa Omar bus, e o seu autocarro nocturno semi cama. Descobriremos mais tarde em conversa com os viajantes que fizemos a melhor opção, das mais baratas e a mais confortável. Foi ainda no hotel em La Paz que contratámos a tour de 3 dias para o salar de Uyuni e San PEdo do Atacama, já no Chile. Sabíamos que ficaria mais caro, mas fomos surpreendidos com o inverso, principalmente quando descobrimos que tivemos a sorte que todos os outros grupos invejariam.
Mas isso são contas de outro rosário, de que falaremos no próximo post. Vamos lá?
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