Já lá vão dois anos desde que começamos a pensar nesta viagem: queríamos percorrer os Andes pelos caminhos dos Incas. Queríamos começar no Peru e descer até ao fim do mundo, atravessando a Patagónia, até à cidade mais austral do planeta.A dois dias da viagem, uma pequena hecatombe obrigou-nos a alterar todos os planos, mas recuperámos. Deixámos o Perú e a Bolívia de lado, fomos até Buenos Aires e daí seguimos, pela Patagónia até ao fim do mundo.
Graças à American Airlines, que se atrasou com os voos e nos brindou com uns vouchers, uns meses depois estávamos, em tom descontraído a percorrer a terra dos “ticos”, foi a Costa Rica de jipe.
Mas a viagem, não estava completa, faltavam as terras do Incas, as terras altas da cordilheira andina, faltava o altiplano. Por isso, cá estamos, a fazer as malas para mais um mês de aventuras e deleite.
Existe um Roteiro? Sim, temos uma mais ou menos nas nossas cabeças o seguinte:
Saímos da Guarda ao final da tarde, são 400 km até Madrid, onde deixaremos o carro.
Em Madrid, o voo da American Airlines, com escala em Miami, levar-nos-á até Lima. De Lima, a capital do Perú, seguiremos para Cuzco, onde teremos o primeiro contacto com a civilização Inca e com a maldita altitude. À nossa espera há de estar muito chá de coca para acalmar essa aflição que quase todos sofremos quando o ar se torna mais rarefeito e a pressão atmosférica é menor. Através do Vale Sagrado chegaremos a Machu Pichu. Esse maravilhoso enigma espera lá por nós.
Posts: “Da velha Europa até Cusco, o Umbigo do Mundo”
Voltamos a Cuzco para apanharmos um autocarro noturno para Nazca. Em Nazca sobrevoaremos o deserto em busca do macaco, do astronauta e muitas mais figuras nas mundialmente conhecidas linhas de Nazca, resquício de uma antiga civilização.
Ainda no Perú rumaremos à Roma da América do Sul: Arequipa. Daqui, da cidade branca colonial, atravessaremos o desfiladeiro de Colca, um dos mais profundos desfiladeiros do mundo, até à “Cruz del Condor” para as vistas se arrebatarem e nos fazerem companhia os voos rasantes dos condores. Mais um autocarro e mais uma viagem até Puno, nas margens do lago Titicaca. No lago Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo (3.812 metros acima do nível do mar) andaremos de ilha em ilha a aprender com os povos andinos.
Em dois tempos estamos do outro lado, na Bolívia e no centro do mundo Inca. Na ilha do Sol, reza a lenda, que nasceram os primeiros incas. Seguiremos, já noite cerrada até à capital administrativa da Bolívia, La Paz. Sim, porque a capital constitucional é uma cidade mais a sul, Sucre. Levaremos um banho de cultura andina, antes de rumarmos ao deserto Boliviano. E há tanto para desfrutar por cá. Há lagoas coloridas, geizers e cemitérios abandonados, há paisagens inóspitas e um lago de Sal que é a maior planície de sal do mundo, com 10.582 quilómetros quadrados, uma altitude de 3.656 metros acima do nível médio do mar.
Uns dias depois estaremos já em território chileno, no deserto do Atacama. Dizem que por lá se parece com a Lua, de tão inóspito e árido que este local é. As chuvas são coisa rara por cá e as temperaturas variam entre 0ºC à noite a 40 ºC durante o dia.
Serão uns dias nestas paragens, nos Andes chilenos, em altitude e afastados do mundo moderno.
Por fim apanharemos um autocarro que vai parecer eterno. Serão 24 horas pela estrada panamericana, acompanharemos a cordilheira até à capital, chegaremos a Santiago de Chile. Do cosmopolitismo da metrópole daremos um salto à pitoresca vila de Valparaíso. Encostada ao oceano pacífico foi aqui que nasceu aquele poeta do filme “Il Postino”. Sim, falamos de Neruda.
E porque não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe, parece que já temos saudades destas paragens sem ainda lá termos estado. Está na hora do regresso. Com uma escala em Dalas e Madrid, rapidamente estaremos de volta à cidade mais alta de Portugal, a cidade dos 5 f’s, a Guarda.
Que irá ganhar mais um, porque vai ser muito f…feliz regressar, depois desta aventura!
Grande projeto! Tudo a correr, a andar e a voar bem! =) Bjs
Uma viagem mítica!
Que fotos maravilhosas, deve ser uma viagem única!