Estamos em Pitões das Júnias e aqui há um trilho espetacular que nos leva a conhecer um dos mais icónicos lugares do Parque Nacional Penêda-Gerês, é o trilho que liga a aldeia ao Mosteiro de Santa Maria das Júnias e à cascata de Pitões das Júnias. Venham daí.




Depois de uns dias de chuva neste quase início de Verão, a manhã de Domingo acordou solarenga e o ar límpido. Estamos em Requiás, em Espanha. Nos dias anteriores andámos à descoberta do concelho de Melgaço, Lamas do Mouro e Castro Laboreiro. O plano era regressar à Guarda, mas como estávamos tão perto de Pitões das Júnias, porque não voltar novamente a esta que é uma das aldeias mais genuínas e mais altas de Portugal?



O clima inóspito no Inverno e a consequente imigração contribuíram para que a aldeia mantivesse sua pequena população e o aspecto medieval. As casas de pedra são um dos grandes ícones desta pequena aldeia.
Passeio pelas ruelas da aldeia Ecomuseu do Barroso
Um erro no fuso horário e levou-nos a Pitões das Júnias mais cedo do que o planeado. Quase toda aldeia dormia, com exceção do Café Central, onde bebemos um café e comemos uma sande de queijo e nos preparámos para uma caminhada até à cascata e depois ao Mosteiro de Santa Maria das Júnias.
Trilho para a Cascata de Pitões das Júnias
Já de barriguinha cheia, e depois de uma volta matinal pela aldeia, seguimos em direção ao Cemitério da aldeia onde começa o percurso de cerca de 4 km, que desce em direção ao Mosteiro de Santa Maria das Júnias, passando pela Cascata e terminando na aldeia.
Já aqui havíamos estado em 2007, e na altura, bem mais leves, fizemos o trilho na sua totalidade. Hoje, optámos por estacionar o carro um pouco mais abaixo e encurtar o percurso. Vamos apenas fazer o percurso até à cascata, voltar e depois descer ao mosteiro. Os 4km de sobe e desce (principalmente o trecho que vai até à cascata) tornam-se mais exigentes se levamos um rapaz com mais de uma dezena de kg às costas. Sim, porque o Simão adora andar na mochila, o rapaz sente-se um rei lá em cima, a ver tudo lá bem do alto e se for com um embalozito, melhor ainda, mas as nossas costas já se ressentem do peso dele e da nossa idade.



Vamos primeiro à cascata. Está um dia maravilhoso para caminhar. Nem frio nem calor. O Simão, às costas do pai, acha o mesmo. Ri-se como um desalmado, gosta deste ar fresco, só pode.
Depois de uns minutos por um caminho rural, passamos uma levada e entramos numa espécie de passadiço, só que quase sempre com escadas e a descer. Bem, a descer todos os santos ajudam, será que existe alguma divindade que nos vá auxiliar na subida? Bem vamos precisar…



Há miradouros melhores do que estes? A paisagem é fantástica, estamos no coração das terras do Barroso, que se entendem até onde a vista já não alcança. A chuva dos últimos dias levou a paisagem e deixou os carvalhos com um verde luxuriante. Há dias que vale a pena sair de casa.



A Cascata de Pitões das Júnias é uma queda de água com mais de 30 metros. As águas do Ribeiro de Pitões precipitam-se em vários patamares criando fantásticas quedas de água. Nesta altura do ano a cascata não é tão imponente como no inverno, quando o caudal do ribeiro aumenta consideravelmente, ainda assim vale a pena o esforço.




O regresso foi mais exigente. O que descemos agora temos de subir. Degrau a degrau, e com as costas do Pai feitas num oito, lá chegámos…



O Mosteiro de Santa Maria das Júnias
Pegámos no carro e estacionámos um pouco mais acima, mais uma vez, encurtando um pouco o percurso. Agora cabe à mãe transportar a Mochila com o pequeno lá em cima. A esta hora do dia o sol já aqueceu e começam a chegar alguns turistas e caminhantes.
Metemo-nos ao caminho, lentamente. Em poucos minutos, por um caminho de cascalho e pedras, ladeado por um manto de maias coloridas, estamos nas margens do Rio Campesino, que ainda sulca com força estes terrenos graníticos.



Mesmo ao lado, ergue-se o Mosteiro de Santa Maria das Júnias. É um mosteiro em ruínas e quase esquecido, encaixado no vale onde no final da primavera as maias e a urze pintalgam toda a paisagem.
Toda o complexo é visitável, com excepção da capela e do cemitério. É necessário ter atenção às ruínas, não vá alguma pedra desprender-se.



Aqui há resquícios de claustros perfeitos, paredes que escondem estórias de então. Perdemo-nos entre as ruínas. O tempo fresco não convida a banhos, mas as águas cristalinas do rio Campesino são o chamariz para os dias quentes de Verão.



Na outra margem do Rio, passando por uma ponte que conta já muitas primaveras, temos um moinho movido a água. Enquanto a mãe já vai regressando, o pai termina de fotografar o mosteiro, enquanto o Simão, quase indiferente a tudo, dá já sinais de quem precisa de dormir uma soneca. Regressemos sem demora, não queiram ver o rapaz com sono.
Informações gerais sobre o Trilho Pedestre de Pitões das Júnias
- Local de partida: Junto ao cemitério de Pitões das Júnias
- Local de chegada:Aldeia de Pitões das Júnias
- Extensão aproximada: 4 km
- Duraçã média: 2 h
- Dificuldade: Média (partes do percurso possuem piso muito irregular, pelo que não é aconselhado a crianças, idosos ou pessoas com dificuldades de locomoção).
- Altitude máxima:1132 m; Altitude mínima: 950 m
- Época aconselhada: Primavera e Outono (no Verão as temperaturas podem ser muito elevadas e no Inverno os afloramentos podem estar cobertos de neve).
- Mapa: descarregue o Mapa do trilho no site do ICNF.
Onde dormir em Pitões da Júnias
Pitões das Júnias é uma aldeia de montanha, por isso os alojamentos que vai encontrar são alojamentos em espaço rural, grande parte deles com excelentes comodidades.
Um dos mais famosos é a Casa do Preto, com uma pontuação de 9.4 no Booking. Reserve com antecedências porque é uma das opções mais procuradas pelos visitantes. Outros hoteis de referências são a Casa da Fonte e a Casa D’Campo Ferreira, ambos com excelente relação preço/qualidade.
Se preferir ficar do outro lado, em Espanha, tem a Casa Requias, gerida por um casal super simpático que falam muito bom português. Tem apartamentos completamente equipados e excelentes vistas para o Embalse de Salas, em no Parque Natural Baixa Limia Serra do Xures .
Mas há muito mais alojamentos e com excelente qualidade, basta procurar no Booking.
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