Salamanca é uma das cidades mais antigas de Espanha. Com uma das mais antigas universidades do mundo, Salamanca congrega hoje um extraordinário legado histórico aliado à sua dinâmica cultural. Salamanca é terra de estudantes e alberga um “casco viejo” único. Sendo, de certeza, um dos mais bem preservados de Espanha e reconhecido pela Unesco como Património Mundial da Humanidade.
Salamanca merece tempo, vamos dedicar-lhe dois dias inteirinhos e emaranharmo-nos nas suas vielas, na sua história e lendas.
Se chegar a Salamanca ao final do dia, depois de um dia cansativo de trabalho e da viagem, vai querer descansar e relaxar. Deambule um pouco pelas ruelas do centro, beberique uma “caña”, acompanhada de umas “Patatas Bravas”. Amanhã o dia começa bem cedo. Venham connosco.
1º dia em Salamanca
Hoje é dia de começarmos a sério à descoberta de Salamanca e pela manhã todos os caminhos conduzem à Plaza Mayor. A Plaza Mayor, com mais de 250 anos, é o elemento agregador desta cidade antiga, mas cada vez mais cosmopolita. Aqui parece que há gente de todo mundo. Há estudantes de Erasmus, viajantes e turistas, peregrinos e salmantinos.
Circulamos pelos arcos, ou “balcones”, como aqui se chamam. Paramos no posto de turismo, pegamos num mapa e programamos o resto do dia.
Já com o mapa na mão vamos seguir pela Rua. Sim, a Rua Mayor, que liga a Plaza Mayor à Catedral Nova, e à Catedral… Velha. Salamanca deve ser uma das poucas cidades do mundo a ter duas catedrais. A entrada na Catedral custa 4,75 € euros. Todos os bilhetes incluem audioguias.
Descemos depois em direção a dessacralizada Igreja de San Milán, agora reconvertida no Monumenta Salmanticae. O percurso pela história de Salamanca e pelos muitos dos seus tesouros mais escondidos é sempre gratuita e todos os sábados pelo meio dia a visita é guiada, o que a torna mais atrativa. Toda a informação aqui.
Entretanto é hora de almoço. Voltamos a circular pela Rua Mayor e pelas suas adjacentes. São muitas e variadas as opções de comida, desde os típicos pinchos, aos montaditos e outras comidas do mundo. Afaste-se desta zona turística para opções mais em conta, mas se esqueça de aproveitar para tomar uma bela “caña”.
Reparou num edifício decorado de forma estranha a meio da Rua Mayor? Sim, esse com umas conchas na parede. É a casa das Conchas que hoje funciona como biblioteca e posto de turismo. Parece que são mais de 300 conchas a decorar as fachas deste maravilhoso edifício. Se tiver tempo e paciência que tal ver se é verdade? Entre e aprecie o belo claustro, é grátis.
Em frente da Casa das Conchas encontramos a Universidade Pontifícia e a Igreja da Clerezia. Se apreciar uma bela vista sobre a cidade e não sofrer de vertigens, suba às Torres da Clerezia para uma vista panorâmica esplêndida sobre esta cidade. Não se esqueça que está em território da universidade, logo em cada canto há uma livraria e um… café!
Contornando a Igreja da Clerezia vamos desembocar no Pátio das Escolas da Universidade de Salamanca. Claro que cumprindo os preceitos e a cartilha de bom turista é imperioso fixarmos os olhos na fachada da Universidade de Salamanca tentando com muito ou pouco esforço descobrir no rendilhado da obra a famosa rã da praxe, que vislumbrada assim, trará boa sorte para o resto dos estudos. Tradição que vem já do tempo de Unamuno e que se mantem viva com o passar do tempo nesta instituição secular. Conseguiu descobri-la?
Consegues ver a rã na fachada da Universidade de Salamanca. (ao lado) Torres da Clerezia à Noite
Entre numa das mais antigas universidades da europa e visite locais únicos, como a biblioteca antiga, os claustros ou o Céu de Salamanca.
Voltamos a descer em direção ao Rio Tormes, o maior afluente do Douro, banha a cidade de Salamanca e está umbilicalmente ligado a ela.
A meio da “Calle Tentenecio”, que sobre do rio até à Catedral Velha, vire à esquerda, vamos visitar o “Museo Casa Lis” dedicado à arte noveau e deco. Antes disso, e já que passou pela “Calle Tentenécio” tente descobrir a história que lhe deu o nome, pode ser?
No “Museo Casa Lis” dedicado à arte noveau e deco, onde mais que tudo os olhares se prendem na beleza do edifício e nas vistas que este oferece da nova parte da cidade. Mais informações http://www.museocasalis.org/nuevaweb/
O fim de tarde aproxima-se, o sol vai fugindo no céu e nos bucólicos jardins de “Huerto de Calixto e Malibea”, descobrimos a história de amor de Calixto e Malibea. Com o seu autor, Fernando Rojas, que Calixto, jovem pertencente à classe alta se apaixona perdidamente por Malibea e que para cair nas suas graças tem de recorrer ao feitiço da bruxa Celestina. O apaixonado casal encontra-se naquele que é hoje o jardim onde nos encontramos, até que um dia e devido a uma discussão Calixto morre e o desgosto empurra Malibea do alto de uma torre. Pouco se sabe da veracidade dos factos, contudo este recanto ainda tem um magnetismo romântico capaz de atrair em multidão os habitantes locais.
À medida que cai a noite e os foliões tomam conta do sábado à noite, dirigimo-nos de volta à Catedral, que, na penumbra, parece ter adquirido um encanto especial. Vamos subir às torres da Catedral, que por cá se chamam Ieronimus? Sim!
Sextas e sábados há visita guiada pelos segredos das torres da catedral. Mas não é uma visita qualquer. No escuro, embrenhados nos factos históricos que o guia ia discorrendo, somos tomados pelo espírito medieval das torres num jogo de sombras e luz, interrompido pela curiosidade do grupo e pelas gravações de música da época que foram cuidadosamente colocadas em pontos-chave da visita.
Prepare-se para sair tarde e dar de caras alegria da vida noturna que já tomou conta de toda a cidade. Afinal, a movida espanhola não ganhou fama à toa.
Os espanhóis jantam tarde, pelo que não será difícil encontrar um local para jantar, se não o fez antes. Ainda assim, há numerosos locais de comida do mundo que se espalham pela cidade. Que tal dar um toque árabe à sua visita e provar um delicioso Kebab? Os cheiros exóticos e o paladar vão transportá-lo para paragem mouras, que outrora estavam mesmo aqui no chão que pisamos, nas paredes dos edifícios visitámos.
2ª Dia em Salamanca
Ao acordar de manhã é impossível não sentir aquela sensação de dois-dias-não-dá-pra-nada, numa cidade como esta, cosmopolita e muito marcada pela sua história. Mas, entretanto, temos de aproveitar o tempo que nos resta, porque há uma cidade para continuar a descobrir.
Podemos aproveitar a manhã para passear pela zona mais comercial da cidade. Se quiser libertar um pouco a sua veia consumista, aqui é o lugar ideal. No centro, nos arredores das ruas Zamora e Toro existem imensas lojas onde as roupas são o ator principal. Para os amantes dos mercados, dê um salto ao Mercado Central, edifício modernista que vale a pena visitar e se quiser comprar carnes, embutidos ou produtos tradicionais, veio ao sítio certo.
Ao final da manhã, vamos ao Cerro de S. Vicente, génese da cidade de Salamanca. Além das fantásticas vistas sobre a cidade e o rio, aqui assentaram os primeiros salamantinos. Ao domingo, por volta do meio dia, há visitas guiadas gratuitas.
Vamos descer novamente ao Tormes, e desta vez atravessaremos a ponte romana. Se o calor pesar, aqui há sombras e árvores com fartura. Sente-se, relaxe, imagine as legiões romanas a irromperem por esta cidade muralhada e aprecie a vista incrível da cidade.
Está quase na hora de deixar esta maravilhosa cidade, contudo, ainda há tempo de passearmos até ao Convento de San Esteban, igreja dominicana onde Cristóvão Colombo procurou apoio dos Reis Católicos.
Mesmo ao lado deste convento, situa-se o Convento das Dueñas, adornado com um belíssimo claustro. Por fim, um pouco mais abaixo, na rua de São Pablo, visitaremos dois espaços recheados de histórias e de lendas: a misteriosa Cova de Salamanca, onde reza a lenda que os estudantes aprendiam ciências ocultas, adivinhação e magia, ao estilo antigo do Harry Potter e o Pátio da Salina.
Bem, como diz a canção, chegou a hora do adeus. Ficou muito para ver e experimentar, mas assim sabemos que nunca nos faltarão motivos para voltarmos.
E à partida, é esta a imagem que nos fica gravada na memória.
Este artigo foi publicado inicialmente no blog da Rumbo e pode ser lido aqui!
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