Já conhecíamos as antigas Minas da Queiriga, em Vila Nova de Paiva, mas há anos que lá não voltávamos. Planeámos diversas vezes voltar às minas, mas fomos adiando o regresso e um passeio mais demorado para perscrutar o que resta desta antiga exploração de volfrâmio.
Era um daqueles dias maravilhosos de primavera, daqueles que há muito não se viam na Beira. Além do mais, era Domingo e muita gente na rua a celebrar o calor.
Mas porque tanto alvoroço com as Minas da Queriga? Pois, é que as minas da Queiriga escondem uma lagoa azul linda. Por volta da hora de almoço, o sol incide diretamente sobre a lagoa realçando ainda mais os tons azulados. À hora que lá chegámos, o sol já não incidia na lagoa, mas isso não impediu de ficarmos boquiabertos com tamanha beleza, quase desconhecida.



A luz entra nas gigantescas galerias, esventradas e sustentadas por colunas naturais, através de vários óculos abertos na vertente oeste do monte.



As minas situam-se na Queiriga, uma aldeia do concelho de Vila Nova de Paiva, e conhecida como a aldeia mais francesa de Portugal, uma vez que grande parte da população é emigrante em França.



Não é nada difícil dar com elas. Na N329 entre Sátão e Vila Nova de Paiva, sair para a Queiriga. Depois existe uma placa a indicar um caminho de terra batida que atravessa o rio. É por aí. Podemos ir de carro até à entrada, mas, aproveitem o passeio e deixem o carro num pequeno largo junto ao Rio e façam o resto do percurso a pé. Nesta altura do ano (fechem os olhos aos eucaliptos) vão poder apreciar a vegetação rasteira e bem florida, típica desta zona da beira, principalmente, a carqueja, tojos e urze.



Também chamadas de Minas de Lagares, foram uma exploração mineira com um apogeu na década de 40 chegando, tendo chegado a empregar 500 operários, entre os quais várias dezenas de técnicos estrangeiros, principalmente britânicos, que na época era essenciais já que em Portugal escasseava a mão de obra qualificada nesta área.
O espaço já esteve arranjado e aberto para visitas, mas foi vandalizado e nada mais foi feito. Ainda se vê pela mina o que resta dos elementos de apoio aos visitantes.



Hoje, as minas estão acessíveis, mas o acesso é perigoso, com visitas desaconselhadas e “tecnicamente proibidas”. Pois, proibidas. É verdade que nós também lá fomos e não imaginam a romaria de pessoas que se juntou no dia em que lá estivemos. Elementos que integravam uma caminhada, emigrantes que vieram passar a Páscoa à terra, casais de namorados, etc…



Pelo que consta em Vila Nova de Paiva, as minas estão a ser objeto de um estudo de exploração turística por parte da Câmara e da empresa concessionária.
Os principais minérios extraídos eram a Cassiterite (óxido de estanho) e a Wolframite (volfrâmio) e foram elas que, na altura, deram um forte impulso a toda a zona.
Dicas para visitar as Minas da Queiriga, em Segurança
Localização
Na N329 entre Sátão e Vila Nova de Paiva, sair para a Queiriga. Depois da rotunda, existe uma placa com a indicação das minas, por um caminho de terra batida que atravessa o rio. É por aí. Podemos ir de carro até à entrada, mas, aproveitem o passeio e deixem o carro num pequeno largo junto ao Rio e façam o resto do percurso a pé. Nesta altura do ano (fechem os olhos aos eucaliptos) vão poder apreciar a vegetação rasteira e bem florida típica desta zona da beira, principalmente, a carqueja, tojos e urze.
Segurança
Fruto da publicidade recente, as Minas da Queiriga têm sido bastante visitadas. Apesar do local ser bastante acessível, as instalações mineiras situam-se num local isolado, sem população num raio de kms. A visita, a realizar-se, deve ser sempre acompanhada e se possível avise alguém de confiança da visita que vai realizar e da duração da mesma.
No interior da mina a rede de telemóvel é muito fraca ou quase inexistente.
O interior da mina, em determinadas horas do dia, pode ser bastante escuro. Há bastante água a escorrer pelas paredes e o chão encontra-se enlameado.
O acesso ao nível das águas da lagoa pode ser perigoso. Não existe qualquer trilho de acesso em segurança. Há bastante pedra solta e água nas rochas, qualquer escorregadela pode ser fatal.
Onde comer?
Apesar de haver alguma oferta na aldeia de Queiriga, a opção mais razoável será dirigir-se à sede de concelho, Vila Nova de Paiva, ou à sede do Concelho vizinho, Sátão.
Onde dormir?
Existe um leque diverso de alojamento nas redondezas, principalmente turismo rural. Utilize o Booking para pesquisar alojamento na zona da Queiriga, Vila Nova de Paiva e Sátão .
[…] Uma lagoa azul escondida nas minas da Queiriga Por os meus trilhos do blog Os Meus Trilhos. […]
Os locais por vós visitados são maravilhosos.
A descrição dos percursos são muito bem elaborados e informativos, são absorventes , e relaxantes.
Parabéns por partilharem estas paixões pela Natureza.
Nasci na Serra da Estrela conselho de Seia e tenho também este vicio saudável de fazer caminhadas.
Felicidades para Vocês.
Olá Alberto, obrigado pela visita e simpáticas palavras. Adoramos a zona da serra da estrela e a Seia, vamos muitas vezes. Um abraço