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Roma – Itália (parte 2)

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Ainda é cedo, mas a cidade já vibra.

Olho mais uma vez para o mapa enquanto circulo por entre as ruas que ladeiam a Roma Termini.Aqui há de tudo, é como na feira: pizza à fatia, paquistaneses vendendo telefones, cheira a falafel frito, noodles chinesas, caril indiano… enfim, cheira a mundo!

Moisés, de Miguel Ângelo

Subo uma das sete colinas de Roma, o monte Esquilino, onde se situa a Igreja de Santa Maria Maggiore, mas também, e é a razão desta subida, a pequena igreja de San Pietro in Vincoli. A igreja, além das correntes (vincoli) que, segundo a tradição, prenderam São Pedro na Prisão Mamertina, alberga uma das mais impressionantes esculturas de Miguel Ângelo: Moisés. A escultura faz parte da fachada do túmulo do Papa Júlio II, e, conta-se, que Miguel Ângelo passou 8 meses à procura do bloco de mármore perfeito em Carrara, na Toscana. Os estranhos chifres na cabeça de Moisés representarão feixes de luz e resultam de um erro de tradução do Antigo Testamento.

As correntes que, segundo a tradição, prenderam S. Pedro na prisão Mamertina

São as primeiras horas da manhã, mas já se adivinha um dia de calor. Sabemos que os Romanos estudavam a água, as formas de a purificar, sabemos como eram exímios na construção de aquedutos, o valor que para eles representava o banho. Gosto de pensar como, há cerca de 2000, era comum, nos banhos público, haver duas torneiras feitas de cobre, uma para a água quente e outra para a fria. Séculos passaram, e as trevas abateram-se sobre a Europa, transformado Londres ou Paris em cidades imundas e pestilentas… grande volta que o mundo deu. São às centenas as fontes que se espalham pela cidade, aproveito para encher a garrafa.

Santa Maria Sopra Minerva – um dos raros exemplares góticos na cidade de Roma

No vaguear lento pela cidade, dou por mim em frente da igreja de Santa Maria Sopre Minerva, onde, outrora, Galileu Galilei enfrentou as forças retrógradas da Santa Inquisição, onde foi julgado e terá proferido a famosa frase E pur si Muove, quando se referia ao planeta terra e à sua rotação em volta do Sol. No exterior, um obelisco egípcio sobre um gigante elefante de mármore, fruto da imaginação incansável de Bernini.

Ao virar da equina, encontra-se o Panteão, ou o templo de todos os deuses. Uma obra singular, que sobreviveu aos tempos, aos saques e que hoje impressiona pela sua grandiosidade. A magnificência e engenho na construção causa inveja a qualquer projetista, munido dos mais avançados meios de desenho computorizado. O interior circular, lembra que todos os deuses estão em pé de igualdade, e o sol, inunda o espaço através o gigante óculo com que termina a cúpula. Miguel Ângelo considerou o Panteão uma obra dos anjos, não dos homens e Rafael escolheu este local para a sua última morada. Mas afinal, e para meu desânimo, chove mesmo no Panteão… destruiu-se o mito.

PANTEÃO – O templo, onde lado a lado, descansam homens e deuses

As pessoas acotovelam-se nesta zona da velha cidade de Roma e a medida que se avança, sente-se o rugido da água, o rugido de Neptuno, senhor dos mares. Da Fontana di Trevi jorra uma água viva, onde o Trintão trava uma batalha feroz pela liberdade. Enquanto como uma fatia de pizza, observo as pessoas de costas para a fonte. Imitam-se umas as outras, desejam regressar um dia, e selam o compromisso com uma moeda atirada à água. Como elas, também desejo regressar, mas guardo a moeda no bolso.

Fontana di Trevi

Termino o dia sentado na Piazza Navona, depois de encontrar uma das melhores gelatarias de Roma. Sentado, na Fontana dei Quattro Fiumi, sinto a luz a desvanecer. Os turistas acomodam-se nas esplanadas que ladeiam a praça, os vendedores vendem quinquilharias voadoras e os artistas, esses desenham, a Roma de hoje e de ontem.

Piazza Navona, ao entardecer

As figuras que representam os quatro grandes rios do planeta, majestosamente esculpidos por Bernini, consagram a Roma da água, da centralidade, da Igreja, da arte, dos amores… é isto que transforma esta cidade na cidade eterna.

os meus trilhoshttps://osmeustrilhos.pt
Somos uma família apaixonada… apaixonada pelo mundo e pelas viagens, sejam elas curtas ou longas. Mas a maior das viagem começou há pouco, quando à equipa se juntou o pequeno Simão. Durante uma parte do ano vestimos as capas de dois burocratas do funcionalismo público, na outra, metemos a mochila às costas, pegamos no Simão, e vamos por aí… ver com outros olhos, conhecer o mundo, conhecendo-nos cada vez mais a nós próprios. Adoramos grandes aventuras por lugares longínquos, mas também gostamos de pegar no carro e andar por aí, sem destino. E porque a viagem não acaba nunca, como dizia Saramago, depois da viagem passamos tudo para aqui: textos, fotos, vivência, enfim… a nossa viagem! Um pouco de tudo num blog que é da Guarda para o mundo! Tudo sobre nós >>>

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Somos uma família apaixonada… apaixonada pelo mundo e pelas viagens, sejam elas curtas ou longas. Mas a maior das viagem começou há pouco, quando à equipa se juntou o pequeno Simão. Durante uma parte do ano vestimos as capas de dois burocratas do funcionalismo público, na outra, metemos a mochila às costas, pegamos no Simão, e vamos por aí… ver com outros olhos, conhecer o mundo, conhecendo-nos cada vez mais a nós próprios. Adoramos grandes aventuras por lugares longínquos, mas também gostamos de pegar no carro e andar por aí, sem destino. E porque a viagem não acaba nunca, como dizia Saramago, depois da viagem passamos tudo para aqui: textos, fotos, vivência, enfim… a nossa viagem! Um pouco de tudo num blog que é da Guarda para o mundo! Tudo sobre nós >>>

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