


Conforme subia as escadas que ligavam a estação de metro de Ottaviano San Pietro à superfície, sentia o ar quente que tomava o sentido contrário. A luz intensa faz com que os olhos se acomodem lentamente. Ao mesmo tempo que me habituo à luz, reparo nas pessoas que seguem num só sentido. Uma placa amarelada indica: Musei Vaticani.
Comprei o bilhete pela Internet, evitando assim as filas intermináveis para entrar num dos mais importantes museus do mundo. Passo sorrateiramente pelas pessoas que esperam com ar impaciente sob um sol abrasador e ignoro a quantidade de guias que oferecem os seus serviços.
Controlo de segurança. Sigo em frente. Um dos elementos da segurança separa-me da minha mochila. Detesto quando tenho de a deixar para trás. Recolho o audioguia, pelo qual se paga 7€, e dou um passo em frente. Estou da Cidade do Vaticano…
O Vaticano é a sede da Igreja Católica e existe como Cidade Estado desde 1929, com o tratado de Latrão. Com cerca de 800 habitantes é o menor Estado do Mundo.
É deveras estranho, um Estado só de Padres… tão pequeno, mas com um poder enorme.



O museu dispensa qualquer tipo de apresentação. As cerca de 5 horas que passo no seu interior parecem voar.
Dedico uma parte substancial do tempo a admirara as fabulosas “Stanze di Raffello, a sua Escola de Atenas que eu tantas vezes vi estampada no livro de filosofia.



Por fim chega a Capela Sistina. Aqui se elegeram e elegem os Papa. Os cardeais permanecem fechados à chave na capela Sistina até que “haja papa”, no muito famoso Conclave.
A Capela Sistina é uma obra magnífica, onde as centenas de pessoas que se acomodam, a toda a hora, no seu interior, não permitem que seja admirada em todo o esplendor.
Custa a crer que esta tenha sido obra de homens, há 5 séc. As máquinas fotografias disparam continuamente, mesmo contrariando as ordens explícitas, e os pescoços erguiam-se esguios na direcção do céu, na direcção da Criação do Mundo, com esse sopro divino.



O início da tarde estava quente e depois de umas horas no interior do museu, o corpo demorou a adaptar-se.
Atravesso a Praça de S. Pedro à procura duma sombra e reparo na fila que se gera para entrar na Basílica, uma espécie de “meca” para os Católicos.
A praça oval é ladeada por centenas de colunas, magistralmente pensadas por Bernini. A disposição das mesmas e a geometrias dos motivos no chão fazem com que pareçamos protegidos por todos os lados, de frente para a grandiosidade da Catedral.



A Basílica de São Pedro está edificada sobre a antiga basílica de Constantino, que por sua vez, segundo a tradição, foi erigida no local onde supostamente S. Pedro terá sido cruxificado. De pernas para o ar, por não ser digno de morrer da mesma foram que o seu Senhor, Jesus.
Aqui, uma das colinas de Roma, a Colina do Vaticano, recebeu outrora um dos maiores “circus” da história do império romano, o circo de Nero, onde muitos cristãos foram executados (não havia execuções de cristãos no Coliseu). Dentre os mártires mais famosos, o mais ilustre foi São Pedro, crucificado de cabeça para baixo no seu muro central por volta de 64-67 d.C.
Apetece-me subir à cúpula da basílica, mas lembro-me que hoje é o último dia do Roma Pass… desisto da basílica, fica para amanhã.



Slideshow: Museus do Vaticano, Praça de São Pedro e Basílica
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