Este post tem como título “Uma viagem frustrada ao Vulcão Poás”, mas ao longo da viagem, haveríamos de provar mais vezes o gosto amargo da frustração.
Todo o viajante experimentado tem de saber que dissabores acontecem e que nem sempre S. Pedro está connosco para providenciar as condições climatéricas perfeitas. Se há algo que não devemos negligenciar é a instabilidade do clima nesta zona do planeta. Quando tudo falta nada nos resta senão confiar na sorte dos viajantes e esperar o melhor.
Enquanto tomamos o pequeno almoço vou várias vezes à janela para ver como está o tempo. Continua a chover e o vento sopra com força. Adormecemos cedo, mas os ritmos ainda marcados pela hora europeia não permitem descansar como deve ser.



Como no dia anterior tínhamos optado por visitar o refúgio La Paz Waterfall Gardens, a ideia para hoje era levantar com as galinhas, tomar o pequeno almoço e subir ao Vulcão Poás. Das fotos que tínhamos visto a imagem hipnotizou-nos e a cratera, surgiu obviamente como paragem obrigatória nesta viagem.
Terminámos o pequeno almoço típico, onde pela primeira vez experimentaríamos o Gallo Pinto – sim, é um belo feijão com arroz solto – arrumámos as mochilas no jipe e saímos em direção ao vulcão, apenas para inverter a marcha, depois de sermos informados, logo à entrada que a vista estava encoberta e que o nevoeiro intenso não permitiria ver a cratera do Vulcão.
A Costa Rica tem uma das zonas mais vulcânicas do planeta. Situada em pleno no chamado anel de fogo, tem sete vulcões ativos e mais de uma centena de inativos.
Arrepia e mete medo, não? Mas há mais, em média há 6500 pequenos tremores de terra por ano, apesar de apenas uma pequena parte ser sentida.



Existem várias cadeias montanhosas volcânicas que percorrem o país. O Vulcão Poás, a par do Irazú, faz parte da chamada Cordillera Volcánica Central.
O vulcão Poás encontra-se protegido no Parque Nacional Poás, o mais visitado da Costa Rica, não só porque é dos mais bonitos, mas também porque é dos que mais perto está da capital, San José. Existem vários trilhos que nos levam até à cratera e miradouros, passando por vários geysers.
Voltámos à estrada, apesar do contratempo, sabíamos que possivelmente outras oportunidades existiriam. Dizem-nos que 90% do tempo a cratera está coberta de nuvens, que é preciso ser persistente e, acima de tudo, ter muita sorte.
Depois do Vulcão Poás, haveria de vir o Arenal, o Tenório, Irazu e o Turrialba. O que não podíamos adivinhar era que este seria apenas o primeiro de muitos infortúnios climatéricos.