As fotos que tínhamos visto prometiam um entrelaçado de cores, de música, onde a animação espreitavam a qualquer esquina!
Chegámos cedo e ainda a tempo de assistir ao despertar das ruas que desertas se iam compondo de cadeiras e esplanadas. Adivinhava-se um magnifico dia solarengo. Os turistas começam a chegar em grupos e tiram as fotos das praxes, abraçados à dançarina de tango, que os incita à dança!
Passa lento um comboio de carga na linha e envolve o ar com o seu ruído.
Parece que passou por aqui a Joana Vasconcelos, quando o nosso olhar se demora da malha colorida que envolve os troncos das árvores. Rapidamente a vista foge-nos para a fachada colorida da casa mais próxima e dos desenhos impressos com cunho de artista e cada centímetro.
São muitos os conventillos coloridos que se alinham entre uma calçada e outra. Os conventillos – as casas típicas na área do Caminito – foram outrora o lar dos imigrantes genoveses que no final do século XIX, povoaram esta baía do rio Riachuelo.
As casas eram pintadas em cores distintas porque os imigrantes italianos usavam as tintas que sobravam nas oficinas do porto.
A pouco e pouco os artesãos vão chegando e montam as bancas ao dispor desordenado das calçadas e ouve-se ao nosso lado o português adocicado dos turistas brasileiros que desfrutam de um sábado na exótica Argentina!
A fundação PROA, aqui ao lado, lembra-nos que ali mesmo cresce um dos bairros mais pobres de Buenos Aires, onde o futebol ganhou a sua expressão com o Boca Juniors encimado pela mítica Bombonera, mas ali todo o misticismo esquece as dificuldades da existência humana.
Vamos, a passo apressado! Apanhamos novamente o coletivo de volta à Plaza de Mayo. No iPhone ouve-se Gardel e o seu Caminito!
Vamos lá, que ainda há muito que calcorrear na cidade de Carlos Gardel de Jorge Luis Borges e Eva Perón!
[box type=”info” ]Como chegar ao “Caminito”? e outras dicas…
O “Caminito” situa-se num dos bairros operários de Buenos Aires, “La Boca”, que deu origem ao famoso clube de futebol “Boca Juniors”. Apesar de muitos guias e blog chamarem a atenção para a insegurança, vá com tranquilidade… É mais um local turístico numa cidade grande que exige os normais cuidados com os nossos bens pessoais.
A forma mais barata é apanhar o colectivo (autocarro) 29, 33, 64, 53 ou 152 para La Boca. O bilhete de coletivo custa à volta de 2 pesos (menos de 0,20 cêntimos).
NOTA: nos coletivos em Buenos Aires só é possível pagar em moedas ou com o cartão Subte que ode ser adquirido em qualquer quiosque.
[/box]