Quando nos aproximamos de Lalín, percebemos que estamos num lugar especial. Há carvalhos e castanheiros por todo o lado. O outono já vai adiantado mas o ano, quente e seco, tarda em trazer as cores amareladas a estes monstros da floresta.
Mas estávamos longe de imaginar que ali escondido, se encontrava um tesouro muito bem guardado, onde estas árvores vetustas dominam quem entra no seu território e faz corar de vergonha até o mais entroncado dos homens: chegávamos à “Fraga de Catasós”.
Neste lugar o caminhante, o viajante ou outro qualquer que se atreva a entrar nas suas entranhas, terá dificuldades em manter os olhos no tapete de folhas que se entende monte acima, ou nos troncos dos castanheiros que parece que se estendem até aos céus.
Este é daqueles lugares onde nos sentimos pequenos perante a magnificência dos castanheiros e dos carvalhos centenários que se estendem até onde a vista já não alcança.
A Fraga de Catasós é um autêntico monumento natural. Dizem-nos que os castanheiros que por aqui vivem são os mais altos da Europa (nota: mas um dos maiores castanheiros têmo-lo na Guarda, o Castanheiro de Guilhafonso). A crescer há mais de 200 anos, alguns alcançam mais de 30 metros de altura.
Bem, porque em português uma fraga é bem diferente, importa fazer aqui um parêntese. Em galego, uma Fraga é um bosque muito frondoso, com grande variedade de árvores autóctones, nomeadamente carvalhos e castanheiros.
Declarada Monumento Natural pela Xunta da Galicia, é uma das joías de Lalín que merece ser explorado com delicadeza. Mas foram precisos quase 50 anos desde que o naturalista americano Filippo Gravatt visitou este lugar e propôs a sua proteção à FAO, até que foi declarada em 2000 Monumento Natural por la Xunta de Galicia.
Percorremos lentamente os caminhos que se metem floresta adentro. A esta hora o Sol da manhã aparece filtrado por entre as folhas verdes, mas que dentro de alguns dias anunciarão este outono que tarda em chegar.
Paramos aqui e ali. Entre um foto e a leitura de um painel informativo, lá vamos “rilhando” uma castanha que colhemos do chão. Por muito bem que nos tratem em Lalín, porque em terra de cozido, também há boa comida vegetariana, como bons beirões que somos, não podemos resitir a uma castanhinha.
O percurso está bem sinalizado. Vamos lentamente, absorvendo tudo com a calma que merece. O percurso pela Fraga de Catasós é curto o suficiente para convidar a um passeio em família. De certeza que este exemplares gigantes vão despertar a curiosidade de todos os que se atreverem a vir cá.
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