“Hoc na, hoc noi” – the people should learn to eat before learn to speak
Enquanto saboreio o deslizar refrescante de uma “Biere la Rue”, aparentemente a melhor cerveja local, converso com Phu, um motorista que me tenta convencer a requisitar os seus serviços. À pergunta “where are you from?” e à minha óbvia resposta “I’m portuguese”, segue-se um momento de silêncio, um “hoooo” profundo e a rematar: Ronaldô… Ronaldo tem sido o meu país, a minha arma para quebrar o gelo e muitas vezes a única forma de comunicação.
A cerveja abre-me o apetite, convido Phu para almoçar. Recusa cordialmente, está em trabalho!
Sento-me numa das muitas esplanadas que transformam a bucólica e “glamososa” Hoi An numa autêntica princesa ocidental perdida nos meandros do oriente longínquo. Aqui não há carros, apenas o barulho das poucas motos me atrapalham o repasto. Como sofregamente um “Phô” de vegetais e uns nem rau.
Conhecida no séc. XVI como Faifo, Hoi An foi um dos principais portos marítimos da Ásia. Os portugueses, como habitualmente, foram os primeiros a largar âncoras por terras vietnamitas e estabeleceram-se em Faifo em 1516. Começam rapidamente a estabelecer contactos comerciais e à missionação do país. O Vietnam é assim, a par das Filipinas, o país asiático com maior influência católica.
Durante a administração francesa, Hoi An, continuou a ser um importante centro administrativo e escapou à destruição durante a “Guerra Americana” (aquela que nós conhecemos por “Guerra do Vietnam”) por acordo de ambas as partes. Hoi An tem um aspecto colorido do tempo colonial, tem comida e tem roupa por medida por todas as partes.
Xin tính tiên. Peço a conta, depois de terminar um prato de frutos tropicais. Pago 52 mil dongs vietnamitas, o equivalente a 2 euros e meio. Estou satisfeito.
Passo o final de tarde a fotografar as docas. A luz está magnífica, o pôr-do-sol que se desfaz entre o baixo-céu e o horizonte traz cores novas à cidade. Consigo alguns bons registos.