


Através da mítica ruta 40, circulámos o Lago Argentino.
Quando a fome aperta, paramos uns 20 minutos no Parador La Leona. As paredes desta pequena taberna, perdida na imensidão da Patagónia, estão cobertas de mapas antigos, de fotos de foragidos de outros tempos, de memórias desta terra esquecida…



Os tufos amarelados sucedem-se, acompanham a nossa marcha ao sabor do vento patagónico que, dizem por aqui, tudo penteia. São os sinais evidentes de que o fim do verão se aproxima.
A letargia que a paisagem nos provoca é quebrada de vez em quando. Lá aparece um guanaco na berma da estrada ou uma Ñandu – uma espécie de avestruz da estepe da patagónia – que se assusta à nossa passagem.
Mas esta é uma letargia revigorante, que nos conforta, nos acalma. É quase uma terapia, capaz de colocar qualquer um em transe. Não há casas, carros… não há nada!
Aparece do lado esquerdo o lago Viedma alimentado pelo gigantesco glaciar com o mesmo nome. Por fim, emergem no horizonte os píncaros do Fitz Roy, é a cordilheira andina com todo o seu poder.
Estamos há mais de 3 horas na estrada, percorremos os 200 km que separam El Calafate de El Chalten, na patagónia argentina. El Chaltén é uma pequena aldeia encostada aos Andes e que servirá de base para explorarmos as montanhas adjacentes.
Acho que não era capaz de viver aqui. É tudo perfeito demais, puro demais.
Porém, nesta estrada, na mítica ruta 40, somos apenas passageiros em trânsito.









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